Este fim de semana, Os Amigos do B!, deslocaram-se ao norte para participar no maior desafio de trail até então, o Ultra Trail da Serra da Freita. Prova de 70km muito técnicos e com aproximadamente 4.200m de acumulado positivo e outros tantos negativos. As expectativas e os receios eram muitos e confundiam-se, pois embora tivéssemos passado os últimos meses a treinar para este desafio, um dos mais exigentes realizados em Portugal, tínhamos o conhecimentos do elevado numero de desistências nas provas dos anos anteriores.
Tendo em conta que a prova tinha inicio no domingo às 4h30 da manha, decidimos ir de véspera. Chegámos ao parque de campismo do Merujal ao final da tarde de sábado, e de imediato começámos a tratar de toda a logística, fazer check-in, levantar dorsais e montar a nossa tenda para pernoitar. Um T1 para 3 pessoas.
Por volta das 10 horas da noite, era chegada a hora de ir deitar para descansar. Previa-se uma das primeiras dificuldades, conseguir adormecer dentro de um saco cama no chão... A ultima vez que olhei para o relógio, eram 2 horas da manhã, e o pessoal ainda andava as voltas dentro dos sacos a tentar adormecer.
Uma coisa é cerca, eram 4h30 e aí estávamos nós na linha de partida, prontos para o desafio.
Os primeiros 10km foram feitos ainda de noite, e sempre a descer. Até aqui tudo corria normalmente e sem dificuldade de maior.
Por volta do km 18 era chegada a hora de fazer a travessia ao longo do rio, cerca de 5km. Embora o rio não tivesse muita água, era muito técnico e cheio de pedras enormes e escorregadias. Todo o cuidado era pouco para evitar uma queda ou uma lesão. A organização da prova fez questão que todos os atletas tivessem de se ''cravarem'' na agua até à cintura, para que não se ficassem uns a rir dos outros.
Era chegada a hora do primeiro abastecimento para carregar forças para o resto da viagem. Tinha-mos a perfeita noção de que o pior ainda estava para vir... e não é que estava mesmo... Subidas e descidas intermináveis, com inclinações acentuadissimas e por trilhos bastante técnicos e difíceis. Trilhos maioritariamente de pedras e mais pedras, e onde a terra quase não se chegava a ver. Paisagens naturais únicas e de uma grandeza espectacular.
A prova estava muito bem marcada e os abastecimentos haviam de 10 em 10km, com muita variedade de bebidas e comida.
No abastecimento do km 60 os atletas puderam fazer uma pequena paragem para, vejam bem, comer uma canja de galinha, ou então comer uma ''bifana'' acompanhada de uma cerveja fresquinha. Eu optei pela ''bifana'' com coca-cola, e ainda bem, pois a meu ver aproximava-se a subida mais dura e difícil de todas, a qual eu apelidei de ''desumana''. Uma subida com cerca de 5km sem trilho definido, que mais parecia interminável. Foi de morrer...
Uma vez escalada a montanha, tínhamos pela frente, e para terminar, a ultima descida e subida.
Nesta altura, já não se sabia o que custava mais, se subir ou descer. Penso que eram as duas coisas, mas a vontade de chegar à meta era tanta, e sabendo que estava ali tão perto, as forças aparecem do nada.
A ultima escalada, o famoso PR7, foi dura mas gratificante. Gratificante por ser a ultima dificuldade e por permitir a vista privilegiada para a maior cascata de Portugal. Magnifico! A cereja no cimo do bolo!
O objectivo estava cumprido e a satisfação de cortar a meta era imensa.
Foi chegada a hora de tomar banho, jantar, desmontar a tenda e seguir viagem...
Resta dar os parabéns e agradecer à organização da prova, pois todos partilharam da ideia que tudo correu muito bem.
Está feita a ultima prova de trail deste ano de 2011. Foi no passado dia 27 de Novembro que participei na segunda edição do Ultra Trail Amigos da Montanha, em Barcelos. Foram aproximadamente 55km de prova, maioritariamente por alguns dos trilhos já percorridos na primeira edição. 
